Referência da reportagem para leitura na íntegra
CAFARDO, Renata. Mesmo nas melhores universidades, aluno não consegue mais ler, diz autor do livro ‘Geração Ansiosa’. O Estado de S. Paulo, 21 de maio de 2025. Disponível em: Estadão. Acesso em: 21 de maio de 2025.
Resumo da reportagem
O psicólogo americano Jonathan Haidt, autor do famoso livro A Geração Ansiosa, esteve recentemente no Brasil e fez um alerta que merece ser levado a sério: segundo ele, desde 2015, quando as máquinas começaram a “ficar mais inteligentes”, a humanidade começou a ficar… mais estúpida! E não é força de expressão.
Haidt afirma que, mesmo nas melhores universidades, os alunos não conseguem mais ler livros. Em um encontro com autoridades brasileiras da área da educação, ele reforçou: “é preciso agir agora”. Para ele, é fundamental monitorar as redes sociais, impedir que menores de 16 anos façam uso delas e restringir o uso de celulares nas escolas.

O psicólogo relaciona a epidemia de transtornos mentais em crianças e jovens ao uso excessivo dos smartphones. E fez um alerta ainda mais grave: as crianças de hoje interagem cada vez menos com pessoas e mais com inteligência artificial. Essa conduta está criando uma geração ansiosa e com dificuldades até para ler um texto do começo ao fim.
Um exemplo surpreendente que ele trouxe: seus próprios alunos, da Universidade de Nova York (uma das mais prestigiadas do mundo!), já não conseguem ler textos longos. Muitos preferem transformar arquivos PDF em vídeos curtos, com frases piscando, para absorver o conteúdo.
Haidt é direto: quanto mais tecnologia dentro da sala de aula, maior a distração e menor o aprendizado. Ele defende que, além de proibir o celular nas escolas, é preciso medidas mais amplas e urgentes, inclusive no âmbito familiar.

Por que eu gostei da reportagem
Achei essa reportagem oportuna e necessária. Tenho convivido com muitos jovens e percebo que muitos não mantêm uma relação saudável com o celular e outros dispositivos. O uso excessivo, o consumo de conteúdos violentos, pornográficos e de outros conteúdos nocivos são, infelizmente, comuns.
Por isso, é essencial que famílias, professores e todos que se preocupam com os jovens fiquem atentos. A reportagem cumpre bem esse papel, ao apresentar de forma clara e objetiva as conclusões de Jonathan Haidt, que é um estudioso renomado.
Muita gente talvez pense que o problema da falta de leitura atinge apenas alunos da educação básica, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Mas não! Até mesmo em universidades de ponta, como as dos Estados Unidos, os alunos estão com sérias dificuldades de leitura e escrita.
A raiz desse problema? O vício nas redes sociais. De acordo com as pesquisas realizadas por Haidt, toda a humanidade está vivendo um processo de decréscimo cognitivo. Ou seja, de um modo geral, a sociedade está ficando menos inteligentes à medida que a tecnologia se torna cada vez mais sofisticada. Assustador, não?

Por isso, vale a pena refletir sobre essa reportagem. Ela nos convida a avaliar como estamos usando os dispositivos eletrônicos, a fazer os ajustes necessários e, claro, a incentivar outros — principalmente os jovens — a fazer o mesmo.
Trechos da reportagem para saborear
- “É bem possível que toda a humanidade esteja ficando mais estúpida desde 2015, que é o período exato em que nossas máquinas passaram a ficar mais ‘inteligentes’.”
- “Mesmo nas melhores universidades dos Estados Unidos, os alunos não conseguem mais ler.”
- “A epidemia de transtornos mentais entre crianças e jovens está relacionada ao surgimento dos smartphones na década de 2010.”
- “Ela [a inteligência artificial] vai ficar cada vez mais poderosa. As crianças que são pequenas hoje vão passar a ter a maior parte das suas interações com IA, e não com pessoas. Hoje elas já têm muitas interações com pessoas mediadas por produtos tecnológicos e os resultados são terríveis, desastrosos, catastróficos.”