Você sabe o que é phubbing?
Esse termo inglês combina as palavras phone (celular) e snubbing (esnobar) e é usado para descrever o ato de ignorar alguém enquanto se mexe no celular.
Uma reportagem recente do Estadão (publicada em 29.10.25) mostra que essa prática tem se tornado cada vez mais comum dentro dos lares — e, em muitos casos, está provocando brigas, crises e até o fim de casamentos.
A seguir, apresento um breve resumo da reportagem, explico por que achei o tema tão interessante e compartilho alguns trechos para refletirmos juntos sobre como a tecnologia tem interferido nas relações humanas.

Resumo da reportagem
A reportagem “Uso de celular tem aumentado entre casais e causado conflitos”, de Bruna Arimathea, publicada pelo Estadão, traz um alerta que muitos casais talvez prefiram não ouvir: o uso excessivo do celular está destruindo relacionamentos.
Psicólogos e terapeutas têm observado um aumento nas reclamações sobre o phubbing — quando uma das partes se sente ignorada porque o outro não desgruda do celular. Esse comportamento, estudado há quase uma década, ganhou força depois da pandemia, quando o convívio online se tornou ainda mais intenso.
O texto apresenta relatos reais de pessoas que sofreram com a falta de atenção do parceiro e de especialistas que explicam como o vício em telas tem minado o diálogo, a empatia e o tempo compartilhado — ingredientes fundamentais para um relacionamento saudável.
Pesquisas citadas mostram que metade das pessoas entrevistadas nos Estados Unidos afirmam que o parceiro se distrai com o celular durante conversas, e cerca de 40% se incomodam com o tempo que o outro passa online. No Brasil, os efeitos são parecidos: o celular virou o “terceiro elemento” no relacionamento.
A psicóloga Aline Queiroz resume bem o drama moderno: “Estão cada vez mais próximos de tudo e todos — e distantes um do outro, mesmo deitados lado a lado.” O romance, quando ainda existe, fica preso entre as notificações.

Por que eu gostei da reportagem
Gostei por abordar um tema atual e que tem tido profundo impacto nos relacionamentos familiares. Percebo claramente como muitas pessoas à minha volta usam o celular de modo inadequado, o que afeta drasticamente a qualidade da convivência. Trata-se, portanto, de um tema que merece cuidadosa reflexão.
A reportagem nos estimula a pensar: como estamos nos relacionando com a tecnologia?
Será que estamos dedicando mais tempo aos dispositivos eletrônicos do que à convivência com nossos familiares e amigos?
Vale a pena refletir em formas de estabelecer limites no uso da tecnologia para cultivar relacionamentos humanos mais saudáveis. Seguem algumas atitudes que considero importantes:
- Estabelecer prioridades: o que é mais importante — o celular ou o cônjuge?
- Colocar limites: defina horários específicos para responder mensagens que não são urgentes. Nem tudo precisa de resposta imediata.
- Conversar sobre o uso da tecnologia: dialogue com familiares e amigos sobre como o uso do celular tem afetado a convivência.
- Criar hábitos saudáveis em família: conversar face a face, passear ao ar livre, praticar atividades físicas juntos, ler bons livros e compartilhar experiências de leitura.

Enfim, vale a pena ler a reportagem e fazer uma avaliação sincera: será que estamos praticando o phubbing?
Trechos da reportagem para saborear
“A quantidade de tempo gasto em telas já tem gerado brigas e até fim de relacionamentos pela falta de atenção e presença de um dos lados do casal, e se tornou um problema conjugal clássico da década.”
“Um estudo, realizado pela Universidade Federal do Piauí, revelou que o phubbing tem impacto direto no bem-estar dos casais. A interação é um elemento fundamental na satisfação pessoal e, quando esse fator é suprimido de alguma forma, a relação a dois tende a se deteriorar de forma muito mais rápida.”
“Eu acho que o pior era ver no dia a dia. Chegar do trabalho e ela não conversar. Ela ficava ali, presa no celular, ou então respondendo mecanicamente e não prestando atenção. E é muito ruim quando você tem uma companheira que não está te dando essa atenção. Você se sente mal.”
“O Brasil já é o segundo país que mais passa tempo em telas diariamente no mundo, de acordo com o instituto global de pesquisa DataReportal.”
“A pandemia teve um papel muito forte nessa intensificação da presença das redes sociais e dos dispositivos tecnológicos na nossa vida.”
