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Resenha: O menino de pijama listrado

SOBRE O FILME

O filme O Menino do Pijama Listrado foi lançado em 2008, dirigido por Mark Herman, e é uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito por John Boyne. A obra ganhou repercussão mundial rapidamente, especialmente por sua abordagem sensível e acessível a públicos de diferentes idades.

A história gira em torno de Bruno, um menino alemão de nove anos, filho de um comandante nazista, que desenvolve uma amizade secreta com Shmuel, um garoto judeu preso em um campo de concentração, do outro lado de uma cerca. Essa amizade ultrapassa as barreiras impostas pela guerra, levando a um desfecho trágico e comovente. O filme foi indicado ao British Independent Film Award e recebeu o prêmio Goya de Melhor Filme Europeu em 2009.

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POR QUE EU GOSTEI DO FILME

Considero o filme uma excelente adaptação do livro. É claro que, devido às limitações da linguagem cinematográfica, alguns aspectos da obra literária foram simplificados, especialmente em relação ao aprofundamento psicológico dos personagens. No entanto, a essência da história e os eventos principais foram preservados, como a forte amizade entre Bruno e Shmuel e o desfecho trágico. As intenções do autor foram respeitadas, o que nem sempre acontece em adaptações para o cinema. Em muitos casos, filmes alteram elementos fundamentais da obra original, mas O Menino do Pijama Listrado mantém-se fiel à mensagem central do livro.

Outro ponto alto é a atuação. As crianças Asa Butterfield (Bruno) e Jack Scanlon (Shmuel) tiveram excelentes performances, transmitindo com precisão a inocência, a amizade e as diferenças entre as realidades dos dois personagens. Os atores adultos também desempenharam seus papéis com qualidade. Além disso, a reconstituição da época foi feita de forma convincente, permitindo ao público sentir a atmosfera tensa e sombria da Segunda Guerra Mundial.

A trilha sonora é outro aspecto que merece destaque. Ela acompanha bem os diferentes momentos e emoções do filme, refletindo sentimentos como tristeza, empolgação, suspense, ansiedade e medo, contribuindo significativamente para a imersão na história.

Embora o filme, assim como o livro, tenha recebido críticas por simplificar a complexidade dos campos de concentração nazistas, acredito que a proposta do autor e do diretor foi de humanizar a narrativa e sensibilizar o público, tratando os eventos da Segunda Guerra Mundial de forma mais acessível. Nesse sentido, o objetivo foi alcançado. O filme nos faz refletir sobre o sofrimento e as injustiças enfrentadas por milhões de pessoas, e essa reflexão desperta em nós um senso maior de empatia — a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender suas dores.

Por fim, recomendo fortemente assistir ao filme. Ele é comovente, prende a atenção do início ao fim e ensina lições valiosas, como a importância da empatia, os perigos do preconceito e de seguir a maioria sem questionar, e a relevância de manter princípios éticos e morais mesmo quando a sociedade caminha em direção oposta. Além disso, a obra pode servir como ponto de partida para discussões mais aprofundadas sobre a Segunda Guerra Mundial.