SOBRE O DOCUMENTÁRIO
Lançado em 1998, Mundo-Cola – Água, Açúcar e Marketing é um documentário que investiga a história e a influência global da Coca-Cola, uma das bebidas mais consumidas do mundo. O filme mostra como uma bebida criada originalmente como um remédio, por um farmacêutico dependente de morfina, tornou-se um símbolo comercial e cultural, representando o estilo de vida norte-americano e influenciando hábitos de consumo ao redor do planeta.
O documentário é dividido em três partes, cada uma com cerca de 50 minutos de duração:
- A Construção de um Mito – Mostra a evolução da Coca-Cola desde sua invenção, em 1886, até se tornar um dos maiores ícones do capitalismo e da cultura pop.
- Guerra e Paz – Explora a concorrência entre marcas de refrigerantes e como essas bebidas moldaram o comportamento do consumidor e os padrões de consumo ao longo dos anos.
- Dominando o Planeta – Revela as estratégias de marketing da Coca-Cola e sua expansão global, além de mostrar como a marca se associou a eventos históricos do século XX.
No Brasil, Mundo-Cola foi divulgado pela revista Superinteressante e incentivou debates sobre o impacto das grandes corporações na sociedade e na saúde pública.
POR QUE EU GOSTEI DO DOCUMENTÁRIO
O documentário é resultado de uma pesquisa detalhada sobre a história do marketing e das grandes empresas de refrigerantes, como Coca-Cola e Pepsi. Ele conta com a participação de especialistas e até de pessoas que trabalharam nessas gigantes do mercado, o que dá ainda mais credibilidade ao conteúdo.
O que mais me chamou atenção foi a apresentação de informações pouco conhecidas do público. Por exemplo, nem todo mundo sabe que as propagandas da Coca-Cola, no início do século XX, foram fundamentais para o surgimento do marketing moderno. Outro fato interessante é que a imagem clássica do Papai Noel – gordinho, simpático e vestido de vermelho – foi popularizada por campanhas publicitárias da Coca-Cola. Esse tipo de marketing certamente ajudou a transformar o Natal em um período de frenético consumismo, muitas vezes ofuscando aquele que, supostamente, é o homenageado nesse período: Jesus Cristo.
Outro ponto que achei importante foi a forma como o documentário descreve o consumismo como uma espécie de “religião”, na qual a Coca-Cola se tornou um dos maiores símbolos. O filme também explica como são criadas as propagandas: tudo começa com um estudo detalhado do público-alvo, feito de maneira altamente sistemática e científica. A partir dessas pesquisas, surgem campanhas extremamente persuasivas, que fazem com que empresas como a Coca-Cola faturem bilhões de dólares.
Um dos especialistas entrevistados faz uma observação interessante: “Por que não vemos propagandas de geladeiras, máquinas de lavar ou máquinas de costura?” A resposta é simples: esses são produtos essenciais, que as pessoas compram porque precisam. Já refrigerantes, carros cheios de tecnologia e outros produtos não essenciais exigem campanhas publicitárias bem elaboradas para convencer o consumidor de que ele precisa deles.
Além disso, o documentário mostra como grandes eventos mundiais, como as Olimpíadas, são usados para impulsionar campanhas de marketing de grandes marcas. Também gostei da análise detalhada de diversas propagandas famosas da Coca-Cola e da Pepsi, que demonstram o imenso poder do marketing na sociedade.
Por tudo isso, recomendo a trilogia Mundo-Cola – Água, Açúcar e Marketing. O documentário nos ajuda a desenvolver senso crítico e a sermos consumidores mais conscientes. Fazer do consumo uma espécie de religião pode afetar nossa saúde física, financeira, mental e até espiritual. Esse filme nos alerta sobre como o marketing pode nos influenciar sem que percebamos. Vale muito a pena assistir!