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IA e redes sociais podem transformar nosso cérebro em “mingau”?

Uma reportagem recente do The New York Times traz um alerta sério sobre um fenômeno que tem preocupado pesquisadores: o Brain Rot — termo que pode ser traduzido literalmente como “podridão cerebral”.

Estudos recentes sugerem que o uso inadequado e excessivo de redes sociais e ferramentas de IA pode comprometer habilidades cognitivas essenciais. A reportagem chega a usar a palavra mingau para ilustrar o impacto negativo que certos usos da tecnologia podem ter sobre o cérebro humano.

A seguir, destaco o que considero alguns dos pontos importantes do texto e por que ele vale a leitura. Apresento ainda alguns trechos da reportagem. O artigo foi publicado no dia 11 de novembro de 2025 pelo jornal The New York Times e divulgado no Brasil pelo Estadão em 16 de novembro de 2025. O autor é Brian X. Chen.

Clique na imagem para ler a reportagem na íntegra.

Pontos principais da reportagem

  • Um dos estudos citados mostra que estudantes que realizam pesquisas tradicionais — digitando palavras-chave e lendo páginas no Google — apresentam melhor desempenho cognitivo (memória, compreensão, retenção de conteúdo) do que aqueles que acessam apenas resumos prontos gerados por IA.
  • Outro estudo revela que crianças que relataram uso intensivo de redes sociais tiveram resultados significativamente inferiores em testes de leitura, escrita, vocabulário e memória, quando comparadas às que utilizavam dispositivos com menos frequência.
  • O texto sugere que vivemos uma fase que poderia ser chamada de era da podridão cerebral, pois grande parte das pessoas utiliza essas ferramentas de forma compulsiva, o que enfraquece a capacidade de foco, reflexão e aprendizado — deixando o cérebro “mole”, frágil, parecido com um mingau cognitivo.

Por que eu gostei da reportagem

Gostei  porque ela trata de uma questão urgente: o vício contemporâneo em ferramentas digitais e suas consequências silenciosas. E não estamos falando só de adolescentes — adultos, inclusive muitos idosos, também estão presos a hábitos digitais pouco saudáveis.

Outro ponto importante é que a leitura da reportagem nos convida a refletir na nossa relação com a tecnologia. O uso excessivo dessas ferramentas, aliado a uma rotina pobre em exercícios intelectuais, pode resultar em habilidades cognitivas mais fracas. Essa situação, de acordo com diversos estudos aumenta o risco de doenças graves, como Alzheimer.

Também considero importante o embasamento científico da matéria. Não se trata de opinião solta ou sensacionalismo: o jornalista cita pesquisas diversas.

A reportagem traz também orientações práticas. Para quem usa chatbots — estudantes, profissionais, curiosos — o conselho é: comece o processo sozinho. Escreva, pesquise, organize ideias. Deixe a IA para revisar, sugerir ajustes ou completar detalhes técnicos (como datas, dados e referências).

E talvez o conselho mais valioso:
👉 Se o objetivo é aprender profundamente, a melhor atitude é ler um bom livro.

Por tudo isso, recomendo a leitura da reportagem completa. Ela é atual e nos motiva a construir uma relação mais consciente e saudável com as tecnologias digitais.


Trechos da reportagem para saborear

“Além de estudos recentes que descobriram uma correlação entre o uso de ferramentas de inteligência artificial e o declínio cognitivo, um novo estudo liderado por pediatras descobriu que o uso das redes sociais estava associado a um desempenho inferior entre crianças que faziam testes de leitura, memória e linguagem.”

“Uma sugestão é que os pais imponham zonas livres de telas, proibindo o uso do telefone em áreas como o quarto e a mesa de jantar, para que as crianças possam se concentrar nos estudos, no sono e nas refeições.”

“As pessoas que desejam usar chatbots para escrever e aprender devem considerar iniciar o processo por conta própria antes de recorrer às ferramentas de IA mais tarde no processo para revisões.”

“A chave para usar a IA de maneira mais saudável seja tentar ser mais consciente sobre como a utilizamos. Em vez de pedir a um chatbot para fazer toda a pesquisa, use-o como parte do processo para responder perguntas pontuais. Mas, para um aprendizado mais profundo, considere ler um livro.”

O uso das redes sociais e das IAs tem aumentado ou diminuído minha capacidade de focar, aprender e lembrar?