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Crise digital: a era do IA slop

REFERÊNCIAS DA REPORTAGEM PARA LEITURA NA ÍNTEGRA

 SAMPAIO, Henrique. O que é ‘IA slop’ e por que isso pode estar matando a internet como conhecemos. O Estado de São Paulo, 12 jul. 2025. Acesso em: 13 jul. 2025.


ALGUNS PONTOS ABORDADOS NA REPORTAGEM

Li recentemente uma reportagem bastante interessante do jornalista Henrique Sampaio, publicada no jornal O Estado de São Paulo. O texto discute o avanço do chamado IA slop — mas o que é IA slop?

A expressão IA slop vem sendo usada para se referir ao excesso de conteúdos criados por inteligência artificial (IA) que são medíocres, repetitivos e de péssimo gosto, e que estão inundando a internet. A palavra slop, em inglês, remete a algo feito com desleixo, sem qualidade. Em termos simples, estamos falando de lixo digital, produzido em escala industrial.

Esses conteúdos incluem vídeos bizarros, imagens distorcidas, memes repetitivos e textos superficiais, que se espalham em plataformas como TikTok, YouTube, Instagram e X (antigo Twitter). O objetivo principal não é informar ou entreter, mas atrair cliques, gerar engajamento e agradar aos algoritmos de recomendação. Em vez de estimular a criatividade e a inovação, a IA tem sido usada, muitas vezes, para intensificar a poluição digital.

O problema é que, nas grandes plataformas digitais, o conteúdo não é avaliado pela sua qualidade, mas sim pela capacidade de prender a atenção e gerar lucro. Muitas vezes, conteúdos grotescos e sem valor ganham mais visibilidade do que produções bem feitas, bem escritas e de bom gosto.

Um exemplo citado na reportagem é o meme Italian Brainrot, que viralizou por ser fácil de replicar e por ter um apelo grotesco. Esse tipo de conteúdo tem feito sucesso, especialmente entre crianças e adolescentes.

Outro ponto de destaque na matéria é a chamada teoria da “internet morta”, que sugere que boa parte do conteúdo online já está sendo produzido por robôs e consumido por robôs. Blogs, fóruns e sites autorais — criados por pessoas — estão desaparecendo, enquanto a produção automatizada e repetitiva cresce aceleradamente. Segundo a reportagem, se nada for feito, a internet como a conhecemos — um espaço de criatividade e troca entre seres humanos — pode estar, de fato, “morrendo”.

Clique na imagem para ler a matéria na íntegra
no Estadão.

POR QUE EU GOSTEI DA REPORTAGEM

Gostei da reportagem porque ela serve como um alerta importante sobre o que estamos consumindo na internet. Muitos conteúdos que viralizam, ou seja, se tornam populares, são vazios, grotescos ou mesmo enganosos. Isso pode afetar nosso senso moral, nossa sensibilidade e até nossa forma de pensar. Por isso, é fundamental sermos seletivos e valorizarmos conteúdos de boa qualidade e de bom gosto.

Outro ponto ressaltado na matéria é que, enquanto o conteúdo robotizado cresce em ritmo acelerado, as criações feitas por seres humanos e de um modo cuidadoso e autêntico, vêm recebendo cada vez menos atenção. A reportagem nos convida a refletir sobre isso e nos estimula a sermos mais seletivos: vale a pena investir nosso tempo em conteúdos que realmente acrescentem algo de bom à nossa vida — e deixar de lado o excesso de lixo digital que circula por aí.

A reportagem ainda nos lembra do risco crescente das fake news, ou notícias falsas, que hoje podem ser facilmente criadas e disseminadas com o uso da IA. Vídeos falsos, textos enganosos, imagens manipuladas… tudo isso se espalha com facilidade nas redes. Se não estivermos atentos, corremos o risco de sermos manipulados e prejudicados. Verificar a veracidade e a origem das informações nunca foi tão importante.

Exemplos, mostrados na reportagem, de imagens bizarras, falsas e esquisitas
disponíveis em plataformas como TikTok.

Outro ponto que o texto destaca é o papel das grandes empresas da internet, que muitas vezes priorizam o lucro em detrimento do bem coletivo. E também alerta para o fato de que há muita gente mal-intencionada, que usa a internet para promover desinformação, preconceito e extremismo. Por isso, todo cuidado é pouco.

Por fim, a matéria nos convida a refletir sobre como estamos usando o nosso tempo. Será que vale a pena gastar muito tempo com conteúdos fúteis e rasos? Um trecho bíblico que se encaixa bem nessa reflexão é Efésios 5:15-16: “Assim, estejam bem atentos para não andarem como tolos, mas como sábios, usando o seu tempo do melhor modo possível, porque os dias são maus”. (Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada)

De fato, vale a pena usar nosso tempo com conteúdos que realmente nos ajudem a crescer, em vez de desperdiçá-lo com IA slop.

Recomendo a leitura da reportagem!


TRECHOS DA REPORTAGEM PARA SABOREAR

“A cultura digital vive um surto de absurdos e eles têm algo em comum: são sintéticos, foram feitos por inteligência artificial (IA) e não têm nenhum compromisso com qualidade, veracidade ou originalidade.”

“Plataformas como TikTok, Instagram, YouTube e X (antigo Twitter) estão sendo invadidas por textos, vídeos e imagens gerados em massa, sem propósito além de atrair cliques, monetizar visualizações e satisfazer os robôs de recomendação.”

“O valor de um conteúdo deixou de estar ligado à sua relevância e passou a depender do quanto ele retém atenção e gera dados para vender a anunciantes.”

“Textos densos e análises aprofundadas deram lugar a vídeos curtos, dublagens engraçadas e formatos fáceis de replicar. Textões viraram dancinhas.”

“Hoje, o que se vê nas plataformas é uma avalanche de vídeos gerados por IA: montagens de memes reciclados, imagens bizarras de pessoas deformadas e monstruosas, histórias protagonizadas por gatinhos marombados, tudo empacotado com vozes sintéticas e trilhas repetidas. A estratégia não é criar algo bom, mas gerar tanto conteúdo que algum viralize.”

“E em meio a esse mar de conteúdo automatizado, o que se perde é justamente o que deveria valer mais: o conteúdo humano. Blogs, fóruns, sites e vídeos autorais somem todos os dias.”

“A internet como conhecemos está morrendo? ‘Eu colocaria esse “morrendo” entre aspas. A internet é um reflexo da humanidade’, opina Edney. ‘E a humanidade está passando por uma fase difícil, com intolerância, polarização, conflitos. Tudo isso se reflete na rede. O que a IA faz é amplificar.’”